quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Distúrbios de sono atingem 70% das crianças na Capital


Ronco e apnéia obstrutiva são os principais problemas, indica estudo da Secretaria de Estado da Saúde

A maioria das crianças de São Paulo tem algum tipo de distúrbio do sono. Conforme levantamento realizado pela Secretaria da Saúde com 330 pacientes do Hospital Estadual Cândido Fontoura (maior unidade pública de saúde especializada em atendimento infantil da capital), 70% das crianças dormem com dificuldade.

Foram avaliadas crianças entre 4 e 14 anos, de ambos os sexos, atendidas no ambulatório do hospital. Das que tinham problemas, 55% apresentavam distúrbios respiratórios (ronco e apnéia obstrutiva). Outras 27% possuíam hiper-hidrose do sono (excesso de suor à noite). E 10% constataram sonolência excessiva diurna.

Foram detectados também problemas de insônia em 3% dos pesquisados, distúrbios do despertar (terror noturno e paralisia do sono, por exemplo) em outros 3% e distúrbio da transição sono-vigília (agitação) em 2%.

O estudo revelou ainda que 57% das crianças com dificuldades para dormir são do sexo masculino. Os dados foram obtidos por meio de aplicação do questionário Sleep Disturbance Scale for Children, de padrão internacional.

Em alguns casos, as crianças foram encaminhadas para exame de polissonografia (registro durante a noite toda com instrumento apropriado, de fenômenos – cardíacos, respiratórios, neurológicos, musculares, oculares – que, no seu conjunto, demonstram que o sono é constituído por uma seqüência de fases, as quais, por sua vez, se agrupam em ciclos).

Atendimento especializado
“Alguns tipos de perturbação do sono podem prejudicar a qualidade de vida e o desempenho escolar. Por isso é importante que os pais fiquem atentos e busquem orientação de um profissional de saúde se perceberem algum problema”, recomenda a terapeuta ocupacional Clarisse Potasz, coordenadora do estudo.

O Hospital Estadual Cândido Fontoura oferece, gratuitamente, atendimento especializado para crianças com distúrbios do sono, como higiene do sono, cirurgias de amídala e acompanhamento com neurologistas e psicólogos.

 
Fonte: G1

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Apnéia do sono e diabetes tipo 2


A apnéia do sono é muito comum entre as pessoas que sofrem de diabetes e o diabetes é comum entre as pessoas que sofrem de apnéia do sono. Pesquisas demonstram que 50% dos pacientes masculinos com diabetes sofrem de apnéia do sono.

Há uma associação independente entre a apnéia do sono e a resistência à insulina e a apnéia do sono e a intolerância à glicose. Um estudo demonstrou que existe uma relação entre a apnéia do sono e o metabolismo glicose-insulina, independente da idade ou obesidade. Portanto, não surpreende que a apnéia do sono esteja associada a um aumento na frequência da síndrome metabólica. Por isso, apesar da alta frequência e da gravidade da doença, quase 80% das pessoas com apnéia do sono continuam sem ser diagnosticadas nem tratadas.

A apnéia do sono não tratada leva a resultados terapêuticos gerais ruins para pacientes com diabetes tipo 2 e outras doenças comórbidas comuns. Por exemplo, a apnéia do sono foi citada como uma causa identificável da hipertensão, segundo os Institutos Nacionais de Saúde.

Embora 33% dos pacientes com hipertensão sofram de apnéia do sono, essa cifra aumenta para 80% nos pacientes que tomam três medicamentos ou mais para controlar sua pressão arterial (hipertensão refratária). A apnéia do sono também está estreitamente relacionada à obesidade, outro problema comum para os que sofrem de diabetes. Ainda mais importante é que os pacientes com apnéia do sono não tratada correm um risco maior de sofrer alguma enfermidade cardiovascular, entre elas, a insuficiência cardíaca e os acidentes vasculares cerebrais.

Tratamento 
A apnéia do sono é tratada facilmente com pressão positiva e contínua nas vias respiratórias (CPAP). Durante o tratamento com CPAP, um equipamento colocado junto à cama administra o ar com pressão às vias respiratórias do paciente através de uma pequena máscara ou de um sistema de almofadas nasais.

 A pressão de ar funciona como um encanamento para as vias respiratórias superiores, evitando que ocorram apnéias. O tratamento com CPAP reduz rapidamente a sonolência diurna e o risco de sofrer alguma enfermidade cardiovascular por causa de uma apnéia do sono não tratada. O tratamento com CPAP é seguro, eficaz e não invasivo.

Benefícios do tratamento
O tratamento com CPAP apresenta benefícios consideráveis para pacientes com diabetes. Um estudo recente da Universidade de Chicago demonstrou que o tratamento da apnéia do sono significativa com CPAP em pacientes com uma baixa tolerância à glicose (BTG) ou com glicemia de jejum alterada (GJA) produz uma melhora notável no controle da glicose e da sensibilidade à insulina.

O mesmo estudo também sugeriu que o tratamento com CPAP pode prevenir ou retardar uma evolução da diabetes em pacientes com apnéia do sono. Em muitos outros estudos, o tratamento com CPAP resultou em uma melhora rápida na sensibilidade à insulina, no controle da glicemia e nos níveis de leptina.

Além da evidência relativa aos efeitos nos pacientes com diabetes, vários estudos clínicos demonstram que o tratamento com CPAP melhora a função cardiovascular. Pode diminuir consideravelmente a pressão arterial em pacientes com hipertensão durante o sono e a vigília.

O tratamento com CPAP reduz o risco do paciente sofrer alguma enfermidade cardiovascular ou acidentes vasculares cerebrais. Isto é especialmente importante porque a hipertensão, as enfermidades cardiovasculares e os acidentes vasculares cerebrais estão entre os principais riscos para a saúde em pacientes com diabetes.

O tratamento com CPAP também está relacionado com a melhora dos sintomas depressivos e distúrbios relacionados com o sono em pacientes com depressão.

Outros benefícios 
Os pacientes com apnéia do sono não tratada quase nunca dormem bem. Portanto, não têm energia para fazer exercícios e com frequência sentem fadiga e sonolência excessiva. Em pacientes com diabetes e apnéia do sono, todos estes fatores se agravam com suas enfermidades. Tratar a apnéia do sono em pacientes com diabetes melhora os sintomas da apnéia do sono e pode ajudá-los a manter um estilo de vida e um peso mais saudáveis.

Fonte: Resmed