quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Distúrbios do Sono e os Idosos


Os problemas relacionados ao sono são muito comuns na população idosa. Em geral, as pessoas com mais idade necessitam de menos horas de sono (por volta de 5 horas), além de terem o sono mais superficial. Algumas causas dos distúrbios do sono estão relacionadas com estilo de vida sedentário, problemas sociais, psicológicos ou por uso de medicamentos. Dores crônicas de doenças como artrite, necessidade de urinar com frequência e estimulantes como café e álcool contribuem para a falta de sono. Além disso, condições neurológicas associadas ao envelhecimento, como a doença de Alzheimer, também podem causar problemas de sono.

Estima-se que os distúrbios respiratórios do sono afetam em torno de 50% das pessoas com mais de 60 anos. Um grande número de idosos apresenta alterações na qualidade do sono, principalmente as dificuldades para adormecer, sono fragmentado ou superficial. Nos idosos é comum a inversão do dia pela noite (acordado a noite e sonolento de dia). Uma das primeiras alterações que podem predispor aos distúrbios do sono é a alteração do horário de acordar (muito mais cedo na velhice).

Além da insônia, os distúrbios do sono mais frequentes no idoso são a sonolência diurna, o ronco e a apneia do sono. A insônia tem por definição a dificuldade de iniciar e manter o sono. É classificada com relação a parte do sono comprometida, sendo insônia inicial quando a pessoa demora para adormecer, insônia intermediária quando acorda durante a noite e a insônia final quando acorda muito cedo.

A sonolência excessiva durante o dia se caracteriza pelo fato de a pessoa dormir demais ou por passar dormindo a maior parte do dia em que deveria estar acordada. Pode ser uma consequência da insônia, que para compensar, o idoso acaba dormindo em excesso de dia. Pode ser causada também por hipotireoidismo, hipoglicemia ou por uso de medicamentos como anti-histamínicos, tranquilizantes ou antidepressivos.

O ronco é a forma mais comum do organismo se manifestar diante de uma dificuldade respiratória que ocorre durante o sono. É um ruído caracterizado pela vibração dos tecidos moles da garganta, principalmente, a úvula - "campainha". Tem como uma das causas a flacidez muscular devido ao envelhecimento.

A apneia do sono representa um estágio mais avançado em relação ao ronco e é frequente em idosos. Durante o sono ocorrem paradas respiratórias as quais ocasionam sono agitado por causa dos repetidos despertares ao longo da noite devido a falta de ar. A apneia do sono está relacionada com problemas cardíacos, derrame cerebral (AVC), quadros de depressão, dores de cabeça pela manhã, lapsos de memória, dificuldade de concentração e sonolência excessiva diurna. Afeta cerca de 40% da população geral, sendo mais comum em homens a partir dos 40 anos e acima do peso e mulheres pós menopausa.

O tratamento dos distúrbios do sono varia em função da gravidade e das necessidades de cada pessoa. O uso de aparelhos bucais é indicado para casos de ronco, apneia leve e moderada. Para os casos de apneia grave a indicação é o CPAP.

As alterações do sono no idoso merecem atenção especial porque eles podem apresentar outras doenças clínicas como ansiedade, depressão, demência as quais aumentam os riscos de tontura e acidentes domésticos, mas, principalmente, pela queda na qualidade de vida.

Fonte: Uol mais